Nunca fiquei tão empolgado em postar nesse blog. Mesmo sabendo que só o João (VALEW!) está lendo, é como se eu conversasse comigo mesmo. Quero dizer, um espaço para que o restante do meu corpo conheça as idéias produzidas “lá em cima”. Péra aí! Não era sobre isso que eu iria falar, o objetivo era continuar o assunto da crise do gás, mas essa minha última frase, me chamou a atenção e gerou um pensamento...
E se (“todos os direitos reservados”) em alguma instância, nossos membros possam individualmente (palavra propositalmente escolhida, cuja idéia corrobora com a construção do termo indivíduo, organismo social dotado de inteligência) repito, individualmente, pensar e fazer decisões.
Lembre que seu braço ou sua perna são compostos por células, a parte primária da vida, capazes de gerar energia, se reproduzir e seguir rotinas, quero dizer, cada célula seria como uma pessoa que trabalhando juntas permitiram o funcionamento do organismo maior, incondicionalmente superior a existência desses “parceiros”, EU.
Todos esses pedaços da vida suprema, o eu, tem sua existência subordinada e determinada pela simples noção de algo maior. E digo noção, porquê não sou capaz de assumir que essas células possam perceber sua existência enquanto parte do todo, pelo menos, não a maioria e claro reservo um espaço carinhosamente especial para aquelas que se destacassem e que intelectualmente pudessem perceber esse modo de vida tão dependente.
Então, essa simples noção faz com sigam diariamente, nascendo, se alimentando, reproduzindo e morrendo, financiando, se não subordinando com suas próprias vidas, que eu possa também viver e me autodeterminar.
Algum revolucionário, quem sabe um entre elas (células), poderia dizer que isso caracteriza um saque. Afinal, o eu todo poderoso faço uso das pobres colaboradoras para meu próprio viver. Mas pera aí, elas não são somente colaboradoras, são parte do todo. São essencialmente determinantes para a própria noção de existência do todo, e esse conceito deve ser trabalhado com um pouco mais de cuidado.
Cada célula não é especificamente necessária para a sobrevivência maior, mas elas em números são determinantes. Relembrando que EU sou o TODO, ao qual me refiro aqui, suponho minha existência a essa noção de números, de partes, de colaboradoras. Não SOU mais que o trabalho conjunto de um grupo de operárias exclusivamente consideráveis enquanto grupos, lembrando que o termo exige a noção de “maior que um”.
E se formado por elas, não negaria que delas carrego algumas características.
O texto deveria terminar aqui, e tenho certeza que o João já entendeu o que eu estava dizendo, mas quero me aprofundar um pouco mais.
A partir de agora, passo a considerar o EU enquanto um organismo já previamente unificado, e a noção de TODO se desfaz daqui pra frente.
Vamos pensar nessas características. Bem como elas, sou capaz de produzir minha própria energia, utilizando-me somente do ambiente onde estou inserido. Esse dependência fisiológica me permite viver sem ter de me associar a outro organismo. Bem como elas, nasço fruto de outros seres de quem sou semelhante, cresço, me reproduzo e inexoravelmente morrerei.
Minha existência, entretanto, e como a delas, não se limita ao simples ato puro do viver, por opção da minha espécie, prefiro pensar, nesse momento, em opção; faço da minha vida uma forma de sustentar um desenvolvimento maior, a sociedade. Ofereço minha vida pela sociedade e ela me dá em troca, segurança, prazer, satisfação e condições diferenciadas de vida. Nesse momento, histórico-cultural-moderno-judaico-cristão-ocidental, não posso oferecer os termos supracitados, porquê eles são essencialmente únicos do ser humano, uma célula “não poderia jamais tê-los / amém”.
Mas se ao mesmo tempo, criamos um organismo social que nos é imagem e semelhança, nesse momento poderia dar um nome a esse organismo, o que vocês (ou melhor você, João) acha de Deus ou Alá? Então, esse organismo social que nos é semelhante, se lembrarmos que nós também não somos maiores nem temos descrições sobre o homem superiores a “organismo”, temos obviamente que considerar que nossa construção, NÓS enquanto produto final deverá também ser produto direto e semelhante daquilo que nos compõe.
E quando lembramos das características que supostamente aproximaria o homem das células, já citados, vemos que eu falo a verdade, assumindo por um segundo que ela é capaz de ser alcançada, e o faço porque enquanto Deus (preferi a palavra agora) devo satisfação aos meus bilhares de devotos, porquê mesmo trabalhando arduamente, sei que todos aqueles glóbulos, independente de raça ou cor, vêm em MIM, o ser maior, capaz de fazer qualquer coisa, porquê EU sou o dom da vida e é para mim que todos esses microorganismos se sacrificam diariamente. E é justamente essa característica de TODO que me permite chamar meus caros fiéis de micro, menores, incapazes de reconhecer e perceber plenamente a própria existência.
Definitivamente, não somos diferentes, em NADA, das pobres células. E nesse mundo de cá, quem são os cânceres e os vírus? Ou melhor, quem são os cérebros e corações?
Quanto aos intestinos, acho que posso pensar em alguns nomes.
Obs. Apesar de fugir totalmente do tema, postei a foto que eu tinha separado para a ocasião. Ela se explica por si só.
4 comentários:
qual é o seu trackback para poder colocar a notícia no http://www.linkk.com.br?
o serviço blogger-blogspot nao suporta trackback. mas suporta backlinks.
o q é linkk.com e como poss entrar em contato com vc
meu deus..to ficando com medo de vc...
Gostei das analogias...Lembra de alguma forma aquela história do estado jardineiro (ou não lembra, e isso me veio á mente sem uma boa razão...) e a cena final de Homens de Preto, quando mostra que o nosso planeta é uma bolinha de gude para alienígenas gigantes, afinal, a analogia pode ir crescendo, com cada sociedade como uma célula de uma suposta "humanidade", a humanidade como uma célula do planeta, e o planeta como uma célula do sistema solar...And so it goes...
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