Pois bem, agora sabemos.
Em textos publicados tanto na sagrada Folha, quanto na BBC Brasil, minha favorita, assistimos com expectativa a atitude do governo equatoriano contra uma empresa americana.
Vejam as chamadas de página:
Folha
“Equador rescinde contrato com petrolífera americana e EUA anunciam retaliação”;
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u107746.shtml
BBC Brasil
“Tropas do Equador ocupam instalações de firma dos EUA”
http://www.bbc.co.uk/portuguese/economia/story/2006/05/060517_oxyequadoras.shtml
Para os preguiçosos, eu separei os textos dentro das matérias que mostram qual é essa retaliação:
Folha
“Em retaliação, o governo George Bush decidiu hoje suspender as negociações para um acordo de livre comércio com o Equador, iniciado em 2004. À época, os EUA iniciaram negociações com o Equador, Peru e Colômbia para a assinatura de um tratado de livre comércio.”
BBC Brasil
“Em represália, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, suspendeu as negociações para um tratado de livre comércio com o Equador.
Neena Moorjani, porta-voz da Casa Branca, disse que o governo americano estava "decepcionado" com a decisão de enviar soldados para as instalações da Oxy e com a rescisão do contrato.
O governo americano considerou a medida como uma "apreensão" dos ativos da companhia."
Enxergo essa atitude do governo equatoriano previsível, não que estivesse acompanhando a crise para dizê-lo agora, mas porquê acredito que a Bolívia abriu um caso precedente que agora pode incentivar outros governos principalmente na América Latina.
Já era sabido que o Equador movimentava-se junto a Hugo Chavez e essa prova de obediência à Venezuela, explicitada com uma ação contra o grande demônio ocidental (adorei o drama) só corrobora com a certeza de um Chavez forte e claramente líder no Cone Sul.
As eleições peruanas ainda em 2006 irão mostrar muita coisa. Os dois principais candidatos daquele país têm características opostas e um deles é um dos hermanos venezuelanos. Sua vitória poderia comprovar de uma vez por todas a crescente onda de influência no norte da América do Sul.
Para os próximos meses, a curiosidade também é forte quanto a crise uruguaia-argentina. Tradicionalmente a Argentina era alinhada a política externa americana, o que mudou nas mãos do vesgo (nada pessoal) Kitchner. Essa quebra histórica pendeu a favor dos esquerdismo moderno que vive essa parte da américa e obviamente desagradou a américa (agora leia-se EUA). Ainda para explicar esse panorama, o Uruguai anunciou a cerca de uma mês sua pretensão de abandonar o Mercosul e celebrar acordo bilaterais com os americanos, assim como faz o Chile. O que eu quero dizer com isso tudo?
O Uruguai manterá a construção das fábricas de celulose na fronteira com a Argentina, receberá apoio logístico americano, cujo interesse não é somente político, mas também econômico, já que as empresas interessadas na empreitada têm capital ianque.
A principal crise política entre os dois países desde 1955 ainda não chamou a atenção dos vizinhos, mas uma suposta ajuda americana, com certeza exigirá de Chavez uma atitude.
Como eu dizia, a curiosidade é forte para a região quando tentamos imaginar qual será a postura do governo Lula. Arrisco dizer que o sapo barbudo tentará assumiu uma posição de mediador das conversas e o que ganhará com isso, para meus olhos, é uma incógnita. Não que eu reprove a ação, mas ainda desejaria uma tomada de posição, façamos valer também os interesses que o presidente têm nesse canto de mundo.
Agora é esperar para ver. Mas estamos de olho.
Um comentário:
O sapo barbudo mais uma vez continua em cima do muro...Só sai se o muro cair...
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