quinta-feira, maio 04, 2006

Não estou sozinho

Sempre me falaram que as vezes eu exagero, e dessa vez nao foi diferente.

Mas vejam só. Quando eu disse que a medida do presidente boliviano 'Evil Morales' era uma afrontao ao povo brasileiro e que nosso presidente foi frouxo na resposta, de imediato disseram, novamente, que eu estava exagerando, que não era assim, que tudo tem que ser na conversa.
Não vou responder nada, só leia isso:

"Brasil desarmado

Miriam Leitão: na reunião em Puerto Iguazú, só vão sair palavras vazias. O presidente Lula preparou tudo para entregar o jogo, como ele tem feito desde que essa crise com a Bolívia começou.

O Brasil armou hoje o jogo para perder. Da reunião em Puerto Iguazú, com os presidentes da Venezuela, Bolívia e da Argentina, só vão sair palavras vazias. O presidente Lula preparou tudo para entregar o jogo, como ele tem feito desde que essa crise começou.

Ele não poderia aceitar a presença de Hugo Chávez. Chávez foi A La paz, deu apoio a Evo Morales e os dois estão indo juntos. É uma armadilha. Chávez é conselheiro de Morales.

A reunião de hoje é mais um erro da diplomacia brasileira - erro primário, na opinião de ex-embaixadores. Ontem eu falei com o embaixador Rubens Ricupero, que se disse indignado com a fraqueza da reação brasileira.

Ricupero disse o seguinte: “Nunca fomos assim tão fracos. Nunca aceitamos negociar quando o outro lado está em uma posição de força. Nunca fizemos confusão ideológica na política externa”.

Não são só os especialistas os críticos à forma como o Brasil vem conduzindo a situação. Empresários em São Paulo estão preocupadíssimos. Eles voltaram a dizer que estão suspendendo planos de investimento. Um deles falou de um investimento de R$ 40 milhões agora na gaveta.

É um problema concreto: a indústria cresceria usando o gás da Bolívia, porque já migrou para o gás, e isso custa caro. Lucien Belmonte, da Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro), me contou que há cinco anos a Petrobras pediu à indústria de vidro que passasse para o gás natural.

Ela fez isso, e hoje 95% da produção de vidro do Brasil usa o gás da Bolívia. Para a indústria paulista crescer, precisa que a Petrobras invista na Bolívia para aumentar a oferta de gás. Mas a Petrobras avisou ontem que não vai mais investir - e é claro que não pode mesmo.

O embaixador Ricupero lembra que a Petrobras foi para a Bolívia para cumprir acordos negociados de estado a estado. Portanto, segundo o embaixador, o que a Bolívia está rasgando não é o contrato com uma empresa: é um acordo com o estado brasileiro."

Gente, eu estou falando, tudo isso aliado ao anúncio da aliança estratégica entre Morales e Chavez, não tem coisa boa vindo ai não. E lembrem-se, Morales anunciou que quer nacionalizar também, toda a produção de base natural do país, o que incluirá fazendas de produtores brasileiros, importantes para o abastecimento de carnes, milho e soja no país.

Entregar a mão agora, implicará em entregar o braço em seguida e... O final da frase? Todos já sabemos. Mas pelo jeito, o presidente NÃO.

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