segunda-feira, outubro 30, 2006

Sobre bichos, os homens

Outro dia, um sujeito oculto levantou uma breve discussão sobre o universo feminino. Atrás da voz que se elevou, vários comentários buscaram entender e na maioria das vezes, explicar, uma pequena faceta do assunto suscitado.

Nunca pensei que um dia viria a público para tentar explicar o que eu acho dessa intricada estrutura de relacionamento sexual (no sentido entre sexos, não de sexo). Mas diante de alguns comentários do momento supracitado, acredito que posso, em todo caso, esconder-me atrás da já tradicional ignorância masculina sobre o assunto (situação bem irônica, visto que somos os mais interessados).

No rastro do comentário que fiz na oportunidade, começo pelo básico. Apesar de já bem vinculado, o termo “mulheres” não diz respeito a uma entidade suprema que rege o comportamento de todos aqueles seres sob a deliciosa constituição de mulher. Digo com isso, que existem mulheres e mulheres cujo agir e fazer mudam conforme suas próprias experiências culturais. Então, antes de perguntar “como entender as mulheres?”, devemos lembrar do “que mulher?”.

Variadas como as estrelas do céu (de cujo exemplo pegam emprestado não só os números, como também a beleza), cada mulher exigirá uma estrutura de ação-reação diferenciada. Algumas adorarão receber flores, outras acharão piegas. Umas tantas querem um homem que ligue, sinta ciúmes e diga o tempo toda que as amam, outras preferirão um relacionamento mais aberto, moderno. E entre os 8 e 80 haverão todas aquelas mais amenas.

Essa é uma simples questão de individualidade. Mas como o homem deverá encarar essa relação, observando seus óbvios e claros defeitos?

Antes de entrar no delicado tema, temos que entender uma simples regra não-universal feminina: a contra-partida.

Cuecas de plantão, vocês acham que ser bonita, inteligente, educada, cheirosa, bem vestida e tantas outras qualidades que nem iremos citar, é fácil? São horas no cabeleireiro, semanas de dieta e anos de preparação somados ao natural dom herdado. Depois de todo esse trabalho, o mínimo que elas podem fazer, é exigir uma contra-partida. Não acham? Se disserem não, continuem fazendo o péssimo trabalho e mantendo-se fora da “competição”. Mas se disseram sim, esse é o primeiro passo. Depois de se embelezarem e tornarem-se assim, tão maravilhosas, as mulheres querem que os homens também façam a sua parte no trabalho. Algumas preferirão corpos sarados, outras não trocariam nenhum homem por aquele que a faz sorrir; outras tantas querem um companheiro inteligente; novamente uma questão de individualidade.

É por isso que acho tão engraçado quando perguntam: “eu sou feio, burro, sem graça e tenho sérios problemas de higiene pessoal, mas comprei uma rosa pra ela e ela não me quis; por quê?”. Aquele que pergunta isso, deve antes se perguntar: “depois de uma vida toda de trabalho, ela vai mesmo se entregar por desgraçados 2 reais de uma rosa?”. CLARO QUE NÃO!

Agora, depois de explicada a regra da contra-partida, podemos voltar ao papel do homem nessa história toda. E pra todo homem, essa é uma questão bem clara. Somos os maiores interessados.

Então, se você realmente quer ficar ao lado daquela menina linda, de jeito apaixonantemente engraçado que adora filmes preto e branco, você terá de lutar por ela. Entenda-a e ofereça não uma rosa ou mesmo um buquê, seja diferente. Dê a oportunidade para que ela goste de você.

Seja apaixonante.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Vida eterna


Eu sei que esse parece mais um daqueles textos "meus"; chatos, desinteressantes e coisa de nerd.
Mas eu realmente acho que vale a pena uma lida rápida. Não será nenhum assunto de mesa de bar, mas pode te tomar alguns segundos quando não tiver nada mais para pensar.
Um comentário pessoal segue após o texto.
Sem mais delongas:

Vida eterna?

A ciência acaba de decifrar um mecanismo de ressuscitação que é um marco científico extraordinário. O autor deste achado é o biólogo franco-croata Miroslav Radman, de 62 anos, que conseguiu descobrir o processo de ressurreição de uma bactéria, Deinococcus, que mesmo depois de morta é capaz de voltar à vida em poucas horas.


Essa assombrosa capacidade permite lhe resistir em condições extremas e até sobreviver a um nível de radiação mortal para 5000 homens. Depois desse tratamento, que estoura seus cromossomos em centenas de fragmentos, a bactéria é capaz de reparar seu código genético para voltar à vida.

O achado abre perspectivas tão interessantes para a ciência que a revista Nature dedicou um grande espaço à descoberta de Radman e sua equipe de quatro cientistas da Unidade 571 do Instituto Nacional da Saúde e de Investigação Médica, da França.

Esse interesse é explicado pelas possibilidades que abre à medicina regenerativa. Para o cientista este é o primeiro passo no terreno da reconstituição neuronal e cardíaca. E a partir daí tudo seria possível, até a vida eterna.

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O quadro que ilustra esse post é chamado "A eternidade das pedras". E é justamente esse o pensamento base que me inunda quando penso na vida eterna. Como seriam nossas vidas?
Viveríamos eternamente como bucólicos observadores do borbulhante mundo a nossa volta, ou teríamos energia para queimar nossa vida do sempre a cada segundo?
Falar de possibilidades é fazer perguntas, é recorrer ao "se" e ao "como". Mas imaginar o futuro é também jogar o manto do entendimento sobre o presente.
Se (olha ele aí de novo) nessa vida de meras dezenas de anos deixamos de fazer muito daquilo que gostaríamos, porquê faríamos diferentes se estendessemos esse vivência para algumas centenas de anos?
Se não somos capazes de nos realizar a cada dia, com certeza não o seríamos na eternidade.
Acho que a vida eterna deve estar em cada dia, em cada suspiro, em cada telefonema ou abraço.
O sentido da eternidade, a realização através dos tempos, não precisa ser contado em anos. Basta que a cada segundo estejamos felizes se pudéssemos repêti-lo. Mas não para reviver a vida a todo momento, mas para termos certezas que estamos "no caminho certo".
Afinal, nem mesmo agraciado pela eternidade, ninguém gostaria de viver, efetivamente, como uma pedra.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Para entender

Encontrei um texto meu antigo, escondido numa pasta do computador.

O texto não é muito bom, mas me traz uma tristeza saudosista que não podia deixar de compartilhar com vocês...

COMO ENTENDER...

Diante a igreja fez o Sinal da Santa Cruz, religiosidade esquecida mas ainda presente, e continuou caminhando. Uma brisa fria, muito úmida levantou seus cabelos, obrigando-o a levantar uma das mãos para arrumá-lo. O destino era desconhecido, mas sabia o que queria encontrar.

Andou até um beco escuro, sem coragem para prosseguir retornou, seu objetivo não morava em lugar algum, talvez não fosse ali que encontraria-se. Voltando pela mesma praça da igreja, novamente o vento soprou mais forte, dessa vez, pegando-o de lado e carregando consigo algumas folhas secas. Alguns que o observaram nesse momento se assustaram um pouco, mas nada que chamasse a atenção em demasiado.

Olhos perdidos, não focalizava nada, era como se o globo ocular procurasse insistentemente, mas incapaz de encontrar, perdia-se nas mil cores das ruas. Num outdoor percebeu uma garota bonita, mas precisava de diálogo, nem que fosse numa troca de olhares. E nesse sentido encarou algumas pessoas, principalmente mulheres, mas nenhuma que lhe desse atenção especial. Diante sua casa hesitou em entrar. Uma mão sobre a maçaneta do portão, a outra direcionava a chave contra a fechadura, mas aquele ainda não era o momento, tinha que retornar para a rua.

Dessa vez estava perdido, nem mesmo ele seria capaz de explicar em que ou quem pensava, não se concentrava em nada, só caminhava. Andando em círculos sabia que era incapaz de melhorar sua situação, andaria em linha reta, mesmo que isso implicasse em enfrentar becos escuros, mas a cada passo estaria disposto a viver novas situações.

Em frente a uma estátua, uma personalidade municipal, delirou imaginando como se lembrariam dele, provavelmente não construiriam estatuas, mas haveria saudades depois da sua partida? Um sorriso de canto de boca e resolveu pensar em outras coisas, talvez algo mais feliz. --- Será que muitos iriam ao meu enterro? --- Acho que não. Pensando sozinho procurou dar uma meta racional para sua situação, impossível, era incapaz de dizer o que queria, mas continuaria procurando.

Uma dor forte no peito, no lado do coração. Nada para se preocupar.

Lembrou sozinho dos momentos felizes que teve ao lado de sua irmã. Brincadeiras na rua, jogos no parque, brigas e reconciliações, tudo era tão perfeito, pena que não dura para sempre. Lembrou, também, de como era amado pelos pais, uma mãe carinhosa, um pai presente, muito do que tinha ficado para trás merecia ser lembrado. Mas o que não seria?

Um dia brigara com seu melhor amigo, mas agora, recordando do momento sabe que foi uma bobera, erro ainda maior foi ser consumido pelo orgulho e jamais ter tentado corrigir. Mas o amigo já tinha morrido e apesar de ter passado o tempo para isso, resolveu perdoá-lo e com tamanha facilidade se perdoou também.

Outra dor no peito. Deve ser o frio da noite.

Tantos momentos poderiam ter sido muito mais felizes, se soubesse, como hoje sabe, a melhor forma de usufruí-los. Mas não se sente culpado, os risos, choros, brigas, encontros, haviam valido a pena e sua simples recordação já lhe deixavam felizes.

E o que havia de concreto hoje, não sua vida? Se perguntou e parou para tentar responder. Amigos tão fiéis quanto pudesse querer, uma namorada tão bonita quanto pudesse sonhar, uma vida tão perfeita quanto pode esperar. Mas naquela noite, algo estava diferente, e se arrepiou, com o frio que acompanhou o mistério que ele parecia desvendar.

Olhou para os lados e não enxergou ninguém.

Nova dor no peito.

Agora precisava de ajuda. Num pensamento racional talvez tivesse gritado, mas ali, sabia que estava acima de tudo isso, e não se preocupou. Uma árvore grande a sua esquerda, sentou, encostou e fechou os olhos. Respiração profunda, sonho inquieto.

Abriu os olhos e não estava mais debaixo da árvore.

Um antigo amigo ofereceu-lhe a mão. Ele aceitou a ajuda e se levantou.

Finalmente entendera tudo.

terça-feira, outubro 10, 2006

Ursinhos de pelúcia

Nossa, foi um bom tempo sem atualizar o blog. Mas agora, de volta a Viçosa, vou tentar manter a peridiocidade tradicional, quero dizer, a total falta de peridiocidade.

Apesar de já estar de volta ao trabalho e às atividades acadêmicas tradicionais (festas e bebidas) [quem deras eu fosse assim tão “descolado”] ainda me sinto no clima de férias. Impossibilitado, portanto, de assumir novamente o discurso metafilosófico desse blog, continuarei com os texto mais tranqüilos, seguindo, como já citado, recomendações de amigos.

O tema de hoje é ursinho de pelúcia.

Quem nunca teve um ursinho de pelúcia? Acho que todos já tiveram. Até mesmo Samurais já tiveram. Na verdade, até mesmo Chuck Norris já teve um, mas claro, o dele tinha uma pequena diferença. Quando se apertava o botão vermelho em um dos braços, ele não dizia “I love you” ou nenhuma dessas bobagens. Ele na verdade iniciava um programa de autodestruição que culminaria num roundhouse kick e a conseqüente destruição do planeta terra.

Sendo tão populares, não era de se esperar que esses animais tão fofinhos e carinhosos quisessem conquistar o mundo...

Tudo começou na manhã do primeiro dia do ano da graça de nosso senhor de 1602. Num navio que zarpava para recém descoberta América, um grupo de ursinhos de pelúcia se infiltraram entre religiosos descontentes com o poder real inglês e se embrenharam na luta pela vida nas terras além mar.

As principais famílias daquelas criaturas tão adoráveis se instalaram na costa leste daquele que seria chamado no futuro de Estados Unidos. Outros proeminentes nomes da sociedade “de pelúcia”, entretanto, aventuraram-se na busca pelo oeste. Naquele região enfrentaram, porém, a guerra contras os povos dos cavalinhos de pelúcia, bravos lutadores de peles vermelhas.

Mas a supremacia da tecnologia vigorou nas termas ermas e a sociedade dos ursinhos cresceu vigorosa. O primeiro passo foi a construção de estradas, possibilitando o rápido deslocamento das tropas imperiais em todo o território; vantagem que assegurou o poder unificado do território. A força perdeu espaço para o comercio, e importantes rotas marítimas foram estabelecidas, destacando-se a Companhia das Índias Orientais, principal fornecedora de pelúcia, importante matéria-prima na sociedade dos ursinhos de pelúcia.

A vigorosa movimentação financeira trazida pelo comercio era assegurada pela marinha de guerra, instrumento importante para proteger a unidade territorial livre de invasões, ameaçada pela crescente influência dos lobos de cachos dourados de pelúcia, ou vikings. Livre do perigo, a prática da usura se desenvolveu bem, garantindo lucros para uma parcela significativa da sociedade, os ursinhos de pelúcia de cachinhos engraçados, ou judeus.

Uma população em expansão exigiu técnicas de produção de pelúcia cada vez mais eficientes. Em um berço financeiro condizente com as necessidades, explodia a revolução industrial dos ursinhos de pelúcia.

Daí pra frente, todo mundo sabe a história...

Mas a grande verdade sobre os ursinhos de pelúcia?:

... até mesmo samurais têm ursinhos de pelúcia. E até mesmo os ursinhos de pelúcia são, as vezes, pegos bêbados.