terça-feira, maio 02, 2006

E agora, Lula?

Primeiro: Foi a China que recebeu do presidente brasileiro a confirmação de que era Economia de mercado, em troca de um voto pra cadeira do conselho de segurança. No dia "D" a China nem aí pra barganha e disse não.


Segundo: O nosso presidente perdoa a dívida dos africanos para com o Brasil, diminui tarifas, isenta impostos, na importação, tudo para receber o mesmo voto para o CSN, e a resposta também foi não.

Terceiro:: O presidente cria condições de mãe para os Uruguaios. Investe naquele país, derruba barreiras alfandegárias, bajula tanto que chega a condição de doar um helicóptero esquilo a armada daquele país, só porque o uruguaio disse que queria ter um (como se a Marinha fosse abastada de aeronaves), e agora o Presidente Tabaré Vázquez diz que vai sair do Mercosul, pois ele "é mais um problema do que solução".

Até quando vamos aceitar ofenças tão graves à dignidade do povo brasileiro e a condição de destaque no cenário político internacional?

E agora com a atitude do governo boliviano de desapropriar a Petrobrás?

Normalmente apoio a resolução diplomática a qualquer custo. E dessa vez, a diplomacia só se dará com o subsídio da força.

Ontem a noite, em entrevista ao Jornal da Globo, o ex embaixador brasileiro em Washington disse que para manter a posição de liderança na América do Sul, o Brasil deverá, agora, tomar atitudes sérias contra a Bolívia para evitar que esse desrespeito judicial se estenda a outros países.
E como a atual política externa brasileira quer a entrada do Brasil no conselho de segurança da ONU, não podemos, nem deveremos abaixar a cabeça.

O país vive uma situação única, a atitude do presidente boliviano não foi uma simples medida de proteção de mercado, mas uma ação séria e beligerante contra os interesses econômicos brasileiros.
Por isso, defendo o uso da força militar, mas não com o intuito leviano de guerra, mesmo porquê, pessoalmente, acredito que o país não está preparado para suportar uma; mas assim como a Bolívia já o fez, devemos usar as forças armadas como subsidiadora da decisão brasileira ao exigir que o presidente Morales volte atrás com sua decisão e retorne o patrimônio das empresas instaladas no país.

"ão é questão de orgulho nacional, mas de enxergar uma realidade geopolítica. O Brasil perdeu o controle na relação com as lideranças vizinhas que ajudou a fomentar. Isso não significa defender a ingerência nos assuntos internos da colcha de retalhos de países deixados como principal lembrança do Bolívar hoje tão reverenciado, mas esperar que Brasília ocupe seu lugar de líder regional com a "altivez" sempre tão propagandeada pelo governo.

É argumentável que a Petrobras tenha tratado a Bolívia como parceira subalterna desde que transformou o gás do país numa matriz energética essencial para o Brasil. Talvez tenha agido como "vilã imperialista" mesmo, e seja necessário respeitar o indígena que resgata seu país de humilhações seculares.

Mas não é sinal de "vigor democrático" ver militares comandados por um suposto aliado ocupando instalações brasileiras. É distorção achar que é preciso tratar os vizinhos mais pobres com paternalismo. É preciso pragmatismo sem arrogância, clareza no cumprimento de pactos e cooperação dentro da realidade.

O Itamaraty, seja ele lulista, tucano ou "bolivariano", precisa voltar ao seu papel primordial, a defesa do chamado 'interesse nacional'."

Não havendo concenso...? A gente conversa sobre isso depois.

Um comentário:

Unknown disse...

Thiago, andei sumido...Tô sem internet, então só na volta das férias vou botar em dia a leitura do seu blog...Ah, e você viu a entrevista do Evo Morales na TV Cultura? Se não viu, saiba que o pior ainda está por vir...