terça-feira, fevereiro 20, 2007

Listas


Resolvi me organizar. E não há jeito melhor de fazê-lo, senão copiando um bom exemplo. Já copiei o João com a idéia da agenda (sempre organizado), o Frank com o relógio (sempre pontual), o Cabeça com as notinhas na mão (ótima memória) e a Angélica com as listas de “coisas há fazer” (nada fica para trás).

Ta bom que talvez os exemplos em quem me inspirei não são os mais adequados, mas ainda sim são idéia a seguir. Na verdade, gostei tanto de algumas delas, que colocarei aqui no blog as listas que escrevi, como inspirados no blog da Angélica (mulher contrariada no link ai do lado esquerdo).

Sigo o padrão, mas deixo um espaçosinho pra criatividade, se ela resolver aparecer.

7 coisas que tenho que fazer antes de morrer:

  • Visitar a dobradinha Índia-China.
  • Aprender uma língua “diferente” como Mandarim ou Coreano.
  • Ser profissionalmente bem sucedido e ter a certeza que mudei, ao menos, um pedacinho do mundo.
  • Ter um versículo e uma parábola favoritos.
  • Constituir uma família, esposa e filhos.
  • Ler Senhor dos Anéis, na cama, para meus filhos.
  • Ser profundamente decepcionado para ter a certeza que sei perdoar.

7 coisas que eu falo muito:

  • “Deus do céu”.
  • “Super”.
  • “Merda de portela”.
  • “Cú”.
  • “Bichinha de brinquinho”.
  • “Pega e enfia no...”.
  • “Tua alma, tua palma”.

7 coisas que eu faço bem:

  • Decorar números estatísticos, principalmente os mais chatos.
  • Falar com convicção, mesmo quando não tenho certeza.
  • Perdoar qualquer um, mesmo quando o susto foi grande.
  • Aprender coisas, principalmente quando para os outros é o assunto mais chato.
  • Ajudar os outros, mesmo quando significa fazer sacrifícios.
  • Ser sociável com qualquer um, independente de classe, cor ou sexo.
  • Mudar de humor rapidamente, independente de fatos, clima ou opiniões.

7 coisas que eu não faço:

  • Desejar mal aos outros.
  • Jogar lixo no chão.
  • Usar drogas ilícitas ou cigarro.
  • Machucar alguém com consciência do fato.
  • Ir na cervejada sóbrio.
  • Tratar as pessoas com falta de educação.
  • Desrespeitar uma mulher com consciência do fato.

7 coisas que me encantam:

  • Beleza.
  • Natureza.
  • Educação.
  • Sinceridade.
  • Respeito.
  • Confiabilidade.
  • Inteligência.

Obs.: Essa foi a lista mais fácil de escrever.

7 coisas que odeio:

  • Fingir que gosto.
  • Fingir que não gosto.
  • Querer e não poder.
  • Sentir-me sozinho.
  • Não conseguir fazer alguma coisa quebrada funcionar.
  • Decepcionar os outros.
  • Não sorrir quando deveria ter sorrido. Não chorar quando deveria ter chorado. Não dizer o que deveria ser dito. Sonhar quando deveria ter realizado.

Aos navegantes blogueiros fica a minha cópia como uma sugestão.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

ChaCha - Adivinha o que é?


Quando era adolescente, sempre que contava alguma novidade tecnológico pro meu pai, ele sempre reagia assustado “o que faltam inventar agora?”. Naqueles momentos, inchados pelo orgulho adolescente, pensava comigo como aquilo soava velho demais. Se uma coisa eu sabia, era que por mais maravilhosa que parecesse uma invenção, ela não era nada “fora da realidade”, quer dizer, respondia a um processo natural de desenvolvimento tecnológico.

A adolescência passou e hoje, com a sapiência trazida pela barba que invade meu rosto, entendo que o motivo da reação de meu pai. Ele perdeu algum elo da corrente de invenções num passado distante e muito do que foi fruto desse elo, meu pai simplesmente não consegue entender. Tudo fazia sentido, até ouvir, da minha própria boca, autônoma, as palavras malditas: “o que faltam inventar agora?”.

Não descreveria aqui, o drama melodramático que vivenciei ao perceber que eu mesmo começava a me assustar com o mundo mutante que cresce em pulsos a minha volta. Não descreverei as lágrimas, os soluços, a desilusão visceral de por um segundo perceber o lampejo melancólico da passagem do tempo em meu próprio corpo. A erosão dos anos que começava a destruir meu único templo verdadeiramente divino, a casa de minha alma. Mas não entrarei no mérito desse drama.

Só o que eu quero contar é sobre essa assombrosa nova tecnologia. Já pensaram de como seria fácil e muito mais legal se ao invés de um logaritmo googleano (aquele ou aquilo que vem do Google) fazendo uma pesquisa pra você, tivesse, uma pessoa? Já conheceram alguma ferramenta assim? Então eu tenho o prazer de - ressoam os tambores – te apresentar – tambores mais altos – o Chacha.com. Eu sei que com esse nome parece brincadeira, eu sei que com essa descrição parece brincadeira. Mas NÃO. É verdade. Finalmente estão humanizando a grande rede (irônico isso, não?). O Chacha é uma ferramenta de busca que tem especialistas 24 horas por dia, 7 dias por semana, 28 ou 29 ou 30 ou 31 dias por mês, 365 ou 366 dias por ano, 2 anos por biênio, 10 anos por década... essa história poderia ir longe...

Só resta A pergunta, “o que mais faltam inventar?”.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

O fotojornalismo e o mundo do século XXI

Há alguns anos, ouvi uma pequena história que narrava que um dia, o jornalista de uma tv local encontrou o “homem do tempo” observando o céu pela janela, minutos antes de entrar no ar. Achando aquilo engraçado, o jornalista perguntou, arqueando as sobrancelhas, o porque daquele homem olhar para o céu e não para as milhares informações que tinha disponível naquele mesmo instante. O profissional respondeu, entretanto, que “se eu dissesse que iria chover, sempre que o computador assim me diz, eu seria uma piada. Eu olho o céu todos os dias, só para ter certeza”.

Enquanto jornalistas, devemos entender a moral da estória. Quantas vezes nos convencemos de um fato, sem efetivamente observar o que estamos reportando? Se um crítico de teatro escrevesse um comentário sobre uma peça baseado somente na entrevista com o diretor, sem se importar de ver a peça, esse profissional seria despedido, afinal, a opinião do diretor não é o todo a ser considerado. Temos de ver para podermos efetivamente compreender. Mesmo assim, esse é um procedimento facilmente aceito pelos repórteres. Eles não se deslocam ao fato, e sim, entrevistam aqueles que estiveram lá. Nessa interpretação, entendemos o anacronismo vivido pelo jornalismo, principalmente o fotojornalismo, afinal, a sociedade está cada vez mais atenta e interessada em informações visuais. É uma aberração observar, portanto, que mesmo com o crescimento e melhoria do fotojornalismo, inserido numa sociedade que valoriza seu produto, esse perde cada vez mais espaço nas redações tradicionais.

Haviam poucos interessados na Internet, antes dela se tornar visual. Hoje, está ganhando cada vez mais espaço na estrutura internacional de comunicação. E isso se explica pela riqueza em imagens e gráficos. E isso nos diz alguma coisa. O jornalismo passa por um tempo precário. O público está cada vez mais ávido por sensacionalismo, entretenimento e interatividade. Mas como poderia o jornalista de aspirações éticas encontrar seu lugar? Enquanto indústria, o jornalismo começa a buscar o exemplo de outras formas de produção. Quando não há mais produtos e a demanda é forte, fabrica-se mais. No caso das notícias, entretanto, esse é o processo da especulação. Dizer o não dito baseados em fatos que deveriam ou poderiam, mas ainda não aconteceram.

A resposta ao paradigma vivido pela indústria da informação parece distorcer de sua história. Enquanto o caos social foi resolvido pela imposição de disciplinas, no exército, nas linhas de produção; o jornalismo deverá entender seu leitor dentro suas individualidades. Nesse caminho, jornalistas experientes estão migrando para a internet e buscando descobrir, por conta própria, esse caminho. Mas essa mudança é muito mais amigável para os repórteres do que para os fotojornalistas. Esses últimos estão presos do lado de fora da porta, enquanto aguardam o sensacionalismo mostrar o ar da graça. Mas sob a influência de outros profissionais nas redações, talvez os fotojornalistas pudessem usar as câmeras digitais para gerarem suas próprias especulações. Mas estamos prontos para essa “falta de ética”?

Numa época em que as notícias eram documentos, fotojornalistas viveram um período de ouro, mas agora que o objetivo da produção midiática parece centrar-se no crescente desejo por sensacionalismo, os profissionais da imagem fotografada parecem ter sido deixados de fora, literalmente.

É claro que essa desconfortável situação aplica-se aos profissionais que mantém a ética como princípio básico em seu trabalho. Afinal, poderíamos chamar de falso jornalismo, aquele que realça pontos específicos de uma linha noticiosa e ás sensacionalista. O equivalente, em texto, seria como colocar um ponto de exclamação ao fim de cada frase.

Talvez, mais uma vez, a resposta ao pesadelo seja seguir, novamente, o exemplo. Criar novos meios, abusando da criatividade, é o modelo ideal desenhado pelos usuários da internet. Talvez jamais existirá um fotógrafo que ganhará a história como em Iwo Jima, mas um profissional competente ainda pode criar um grupo de fãs se souber localizá-los no nicho certo. A fotografia, uma vez, foi chamada de nova arte. Talvez ai, repouse, uma vez mais, sua vocação.

Thiago Medeiros Ribeiro