terça-feira, maio 16, 2006

Cumprindo promessas

Como eu tinha prometido, aqui estou eu para comentar sobre aquele blog que divulguei uns dias ai pra trás. Não exatamente que alguém se interesse, mas prefiro pensar que cumpro minhas promessas...

Porque dividir com os outros alguma coisa tão pessoal? Acho que é porque precisamos!

Quando alguma coisa muito boa acontece com a gente, uma boa nota na prova, aquela mina gata dando mole, um dinheiro que não esperava (a ordem das informações não condiz com uma escolha pessoal de importância – por favor, não me chamem de CDF), tudo isso só faz mesmo sentido quando dividido com alguém. A felicidade não é estrita ao gosto pessoal, vivências; mas essencialmente a opinião dos outros. Ser feliz é acima de tudo ser reconhecido como um alguém feliz.

E esse viver para os outros se estende ainda mais. Ser infeliz, ter um problema, também não se limita ao indivíduo, mas também ter reconhecido pelos outros, que temos um problema.

Acho que é esse o lance do site. Uma grande felicidade, comumente podemos compartilhar mas nosso problemas e medos, esses infelizmente não vinculamos a nossa imagem mas ainda precisamos ter no outro a confirmação daquilo que pensamos; algo como pensamento coletivo.

Bem específico sobre aquele post, quando alguém se admite com vontade de tirar a própria vida. Quer dizer, ele só pode entender o significado dessa atitude, quando a vê refletida no peso que os outros darão. E como ele saberá? Aposto que comentou com outras pessoas para que vissem o post e portanto automaticamente, elas comentariam sobre aquilo e naquele momento ele se veria finalmente sendo julgado. E como é gostoso ser julgado...

Como assim? Muitas vezes reclamamos que não gostaríamos que outras pessoas acompanhassem ou julgassem nossas vidas. Mas indubitavelmente, precisamos disso. E digo mais, gostamos quando vemos que um outro alguém despendeu parte de suas valiosas horas para pensar e dar um juízo de valor sobre o que somos ou fazemos.

Afinal, o ser humanos é objetivamente e pragmaticamente social.

Um último resgate, ainda sobre o indivíduo que iria suicidar ou suicidou, sei lá.

Quando ele comentou que vagou pela cidade procurando um lugar para comprar a arma e tal. Encontrou pessoas, conversou, brigou ou mesmo desviou um olhar com um estranho. Isso é o mais interessante, podemos a todo instante cruzar no mundo com alguém que está indo se matar, ou para não ser tão dramático, que vai morrer nessa noite ou até imaginem só, você pode ser alguém que um outro alguém irá se apaixonar instantaneamente mas talvez, esse outro vai morrer nas próximas horas. Legal isso, neh?

Talvez nem tão legal assim.

Então lembrem-se, Deu vontade? Faz na rua mesmo.

11 comentários:

Anônimo disse...

gostmaos de ser julgados não condenados..concorda?gostmos de ser reconhecidos como seres humanos, mas não de sermos criticados por nossas ações, talvez o objetivo de se contar um segredo dessa forma seja apenas desabafar sem o risco de ser apontado na rua, é claro que ser reconhecido é bom, mas sem correr o risco de ser recriminado..não seria covardia humana?o q vc acha thiago?

Anônimo disse...

ah...tah vendo qdo vc pra com essas teorias loucas escreve coisas mto legais...concordo plenamente, o ser humano soh se realiza no outro...

Thiago Locutor disse...

acho difícil falar de covardia.
a princípio de conversa, o q é ser covarde? fazer algo contra alguém q não pode se defender? talvez.
mas não querer sofrer, quero dizer, se proteger daquilo q pode em alguma instância de fazer sentir pior ou menor, isso não é covardia, mas natureza humana.
o instinto básico de qualquer animal é a defesa, e nos seres humanos, a posição social bem como os amores e medos criados na nossa cabeça são tão importantes quanto o básico da vida biológica de respirar e comer. nosso instinto social, portanto, irá a qualquer custo proteger essas fraquezas.
vc fala de covardia, eu prefiro pensar como fraqueza.
parece que eu me contradisse? me explico melhor então. acima daquilo que somos para os outros, esta o que somos de verdade. e o q melhor para nos explicar se não o q fazemos, pensamos e dizemos. aí entra o lance da fraqueza, somos tão preocupados com nossa imagem gerada pelo grupo onde vivemos que somos incapazes de assumir nossa real natureza porque nossa organização conjunta nos criou assim. claro que não quero tirar a culpa das costas humanas e dizer q ela é dos "outros", induzida ou criada por aqueles q não vemos.
mas apelo novamente para minha natureza e prefiro dividir, também minhas culpas, com a estrutura comportamental aonde estou inserido. será q somos covardes por isso também?
o q vc acha, menina?

Anônimo disse...

thiago, mas estamos compartilhando nossas experiências com quem? nõa sabemos quem lê, usa ou escreve tais cartões...produtiva e interessante é o compartilhamento que é feito com quem podemos dialogar, responder ou até discutir.como tirar outro proveito que não seja único e pessoal de um compartilhamento como esse feito pelos cartões? acabo de identificar outra caracterítica humana presente nesta situação:o egoísmo!é claro que o meio e os instintos interferem no comportamento humano, mas acredito tb que somos capazes de controlá-los, na extrema maioria das vezes, ou então não teríamos construído esta sociedade, acredito até que pelo fato do ser humano pensar e racioalizar demais as coisas, construímos ESTA sociedade!diante destes novos argumentos, continuo acreditando que tal "desabafo" é a expresão da covardia e do egoísmo humano,produzido por seu axcesso de racionalismo e interesses...(quer continuar a discussão?)

Thiago Locutor disse...

continuar? claro!
como assim, CONSTRUIMOS essa sociedade? nós não a construimos, ela nos construiu.
e chamo de ela o pensamento social. aquilo q há em nós q nos faz pensar enquanto seres capazes de viver unicamente na relação com as outras pessoas. e esse pensamento é acima de tudo condicionante, porque limitamos nossas ações a aquilo q necessariamente passará pelo filtro personalizado no outro.
esse mesmo pensamento nos faz pensar q temos ganhos unicamente no diálogo, afinal, construiu-se a idéia q me desenvolvo no contato com outras pessoas, vc mesmo o disse. mas porque pensar q eu preciso da resposta imediata e empírica do diálogo para q minha conversa seja "produtiva"?
o simples falar, ou melhor, ter a coragem de remexer em alguns dos nossos medos e se sentir capaz de mantê-los na esfera da consciência mais exterior já é um ganho tremendo para a maioria de nós.
e indo ainda mais fundo, acredito q a noção de diálogo lida essencialmente com a existência de um colocutor. mas a "conversa", não.
podemos conversar, trocar esperiências sociais e emocionais com uma entidade criada pelo próprio locutor inicial, e não me limito a um amigo imaginário, mas a necessidade de traduzir em palavras o pensamento racional quando estamos pensando, por exemplo.
e quando vc fala sobre os instintos q interferem na vida humana e a possibilidade de controlá-los, discordo totalmente. talvez os mais óbvios e externos sim, por vegonha de mostrá-los, escondemos na escuridão; mas os instintos são determinantes mesmo no comportamento mais banal. o ser social pensante q cohabita o homem pode tentar se expressar predominantemente, mas devemos lembrar q seu nascimento e existência está condicionado ao homem bicho q verdadeiramente nos faz ser humano.
quanto ao egoísmo. penso mais ou menos assim, "ame a você mesmo como a seus melhores amigos". o egoísmo foi mal dito pela sociedade de indivíduos ferramentas. pensamos o mundo como composto de peças q trabalham harmoniosamente. (deixo claro q não quero resgatar a noção de ordem e progresso dos séculos atuais, mas uma análise mais profunda do desenvolvimento do ser social).
e quando pensamos nessa harmonia, esqueçemos do q necessariamente nos é único, especial, mas a vontade própria, livre, não condicioinada por termos externos. e não me venha argumentar q assim haveria o caos, cada um fazendo o q quizesse, matando, roubando ou estuprando, por esse ser dito "não sociável" não é da natureza humana se não nos livros didáticos.
devemos ser nós mesmos, aprendamos o mundo onde vivemos mas não deixe q medos, convessões sociais, paranóias controle ou filtre suas ações.
menina, o q vc pensa sobre homem em sociedade, e por favor não limite sua opinião às sociedades tecnocratas ou coisa assim, pense em homem na essência e me diga o q pensa...

Anônimo disse...

nossa!me perdi nas suas palavras...mas vamos lá!vamos tomar este novo assunto então...o hoemem é dependente da sociedade, a constrói e é econstruído por ela, acredito que mais a constrói do que é contruído...continuo insistindo em que por mais que ele possa ser fruto do meio, suas ações não podem ser justificadas simplesemente por isso...ele é o único e total responsável pelo que faz e pelo que lhe acontece, falo isso tendo em vista a sociedade em que vivo...não sou capaz de analisar outro contexto..por mais que leia isso nos livros,não posso falar de algo que nunca presenciei...como disse antes um dialogo, uma resposta ás suas ações é lago extremamente importante e produtivo, mas o modo como os seres interferem uns nos outros, depende do receptor,ele é que se deixa ou não se levar por algo ou alguém , posso até concordar com vc qd falas em fraqueza humana, realmente, o ser humano é um fraco, e por causa disso faz o que não deve...viu? ele faz o que não deve por uma incapacidade propria, logo é sua responsabilidade o q faz e o q acontece.a sua essência e imperfeita, mas é sua! não sei se viajei mt,se me contradiz ou se estes são bons argumentos. são ideias minhas...talvez radicais e inflexíveis...mas são minhas, de minha responsaildade,entendeu?o q achas?

Thiago Locutor disse...

caimos numa situação um pouco desconfortável agora.
foram expostos duas opiniões bem definidas e distintas.
não tenho condições de argumentar mais. mas valew a conversa.
continue voltando aki no blog, vou tentar sempre dar minha opinião, e espero ouvir a sua qualquer dia desses.
a propósito, quem é vc? sei q é de viçosa (tenho acesso á fonte de rede dos usuários q acessam o blog) mas quem é vc?

Anônimo disse...

tb achei a discussão interessnate...vou sempre passar por aqui,tenha certeza...agora quem sou eu...são detalhes que nosso nível de diálogo não precisa...acho que não é uma condição para expressarmos tais opiniões e sentimentos, ou é?até o proximo post!

Thiago Locutor disse...

não sei o q vc quer dizer com sentimento em meio ao uma discusão explanativa acerca do homem enquanto bicho social... mas não, não preciso saber sua identidade. mas te espero por ai de novo.

Anônimo disse...

sentimentos no sentido de vontades e pensamentos acerca do homem e da sociedade...o q penso,percebo,leio,vejo e sinto sobre o que nos cerca.tendeu?e como estávamos dizendo antes, não importa a identidade, desde que se mantenha uma situação, perceptiva, de interlocutor e recepto.rpor enquanto, esta é confortável.até a proxima

Unknown disse...

Woooch! (essa é a minha onomatopéia para quando eu me surpreendo) A discussão tá indo longe! E sim, Thiago, agora você percebeu porque o predador natural do homem é a mulher...