sexta-feira, setembro 08, 2006

Dia de poema

O lobo e cordeiro


De ardente sede obrigados,

Foram ao mesmo ribeiro,

A beber das frescas águas,

Um logo e mais um cordeiro.


O lobo pôs-se da parte

Donde o regato nascia;

O cordeiro, mais abaixo,

Na vaia d’água bebia.


A fera, que desavir-se

Com mansa rês desejava,

Num tom severo e medonho,

Desta sorte lhe falava:


- Por que motivo me turvas

A água que estou bebendo?

E o cordeirinho inocente

Assim respondeu tremendo:


- Qual seja a razão que tenhas

De enfadar-te não percebo!

Tu não vês que de ti corre

A mim esta água que bebo?


Rebatida da verdade.

Tornou-lhe a fera cerval:

- Aqui, haverá seis meses,

Sei de mim disseste mal.


Respondeu-lhe o cordeirinho,

De frio medo oprimido:

- Nesse tempo, certamente,

Inda eu não era nascido!


- Que importa? Se tu não foste,

Disse o lobo carniceiro

- Foi teu pai. E, por aleives,

Lacera o pobre cordeiro!


Uma fábula dá brados

Contra aqueles insolentes

Que, por delitos fingidos,

Oprimem os inocentes.


Autor desconhecido

Extraído na “Garganta da serpente”.

http://www.gargantadaserpente.com/fabulosa/lafontaine/lobo_cordeiro.shtml

4 comentários:

Unknown disse...

Ah, metáforas...

Anônimo disse...

Eu só fico na internet de madrugada. Os textos daqui são muito complexos para a minha mente cansada.

Sujeito Oculto disse...

Engraçado, acabei de ler um post no blog do Zusman sobre essa fábula. Depois dá uma olhada, o link está no meu blog. O nome é Blogando com Freud.

Sobre o seu post, essa é a raiz de todos os preconceitos. Se não foi você, foi seu povo. Se não foi seu povo, foi outro igual. E assim por diante.

Iara disse...

Thiago, me desculpe por não responder ao seu comentário....estou sem tempo ultimamente....mas vou responder ainda...como eu disse pra mariana, seus comentários são um post à parte...rs...
bjos