De ardente sede obrigados,
Foram ao mesmo ribeiro,
A beber das frescas águas,
Um logo e mais um cordeiro.
O lobo pôs-se da parte
Donde o regato nascia;
O cordeiro, mais abaixo,
Na vaia d’água bebia.
A fera, que desavir-se
Com mansa rês desejava,
Num tom severo e medonho,
Desta sorte lhe falava:
- Por que motivo me turvas
A água que estou bebendo?
E o cordeirinho inocente
Assim respondeu tremendo:
- Qual seja a razão que tenhas
De enfadar-te não percebo!
Tu não vês que de ti corre
A mim esta água que bebo?
Rebatida da verdade.
Tornou-lhe a fera cerval:
- Aqui, haverá seis meses,
Sei de mim disseste mal.
Respondeu-lhe o cordeirinho,
De frio medo oprimido:
- Nesse tempo, certamente,
Inda eu não era nascido!
- Que importa? Se tu não foste,
Disse o lobo carniceiro
- Foi teu pai. E, por aleives,
Lacera o pobre cordeiro!
Uma fábula dá brados
Contra aqueles insolentes
Que, por delitos fingidos,
Oprimem os inocentes.
Autor desconhecido
Extraído na “Garganta da serpente”.
http://www.gargantadaserpente.com/fabulosa/lafontaine/lobo_cordeiro.shtml
4 comentários:
Ah, metáforas...
Eu só fico na internet de madrugada. Os textos daqui são muito complexos para a minha mente cansada.
Engraçado, acabei de ler um post no blog do Zusman sobre essa fábula. Depois dá uma olhada, o link está no meu blog. O nome é Blogando com Freud.
Sobre o seu post, essa é a raiz de todos os preconceitos. Se não foi você, foi seu povo. Se não foi seu povo, foi outro igual. E assim por diante.
Thiago, me desculpe por não responder ao seu comentário....estou sem tempo ultimamente....mas vou responder ainda...como eu disse pra mariana, seus comentários são um post à parte...rs...
bjos
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