sexta-feira, agosto 25, 2006

Sem título ainda

Nossa. Foi um longo tempo sem saber o que escrever.

Sem inspiração, começo esse texto, sem sequer imaginar como ele vai acabar.

Tentarei falar o suficiente para que alcance, ao menos, o padrão mínimo no tamanho de postagens desse blog.

Tocando no assunto, de onde vem a inspiração. O que Homero viu, ou sentiu para que pudesse escrever aquelas obras? E Shakespeare?

O mundo é um lugar bem bizarro. Mil coisas acontecendo nesse instante, bilhões de pessoas vivendo suas vidas, muitas se preocupando com tudo, outras tantas totalmente sem se preocupar, mas a maioria sem sequer saber sobre o que se preocupar.

Talvez você possa comentar: como esses dois últimos parágrafos se relacionam? Parecem devaneios aleatórios...? Mas não.

Explico. Acredito que a inspiração é uma das respostas geradas pela mente quando incentivada. A produção de grandes obras, melodias ou textos, vêm como fruto da observação do mundo a sua volta. É por isso, provavelmente, que os pobres mortais não são capazes de compor ou de criar maravilhosos mundos baseados somente na criação intelectual.

Aquele incapaz de criar coincide com o incapaz de observar.

Observar não é somente permitir que o reflexo luminoso invada o globo ocular, alcançando a estrutura ótica cerebral; isso é enxergar.

Observar é ver. Não necessariamente entender, muito menos expressar opiniões. Os mais sábios são aqueles que menos falam, porque sabem que a tradução em palavras é um artifício dos tolos. Os grandes homens simplesmente sabiam. E se deixaram textos, músicas, foi na tentativa de alguma forma incentivar as gerações futuras, ou mesmo aqueles que lhes eram contemporâneos. Incentivá-los a também extrapolar os sentidos e perceber o mundo de um jeito além.

Não nos esqueçamos disso. As grandes obras não estão aqui para nos ludibriar entre harmônicos sons e belas palavras, mas muito além. Estão ai para nos ajudar a entender o que existe além delas.

Não queira só enxergar, tente ver.

Não tente traduzir, simplesmente saiba.

3 comentários:

Unknown disse...

"Não tente traduzir, simplesmente saiba"...Mais uma vez tocamos no ponto nevrálgico da minha paranóia de que a comunicação é impossível...De que nada pode ser traduzido...Sabia que eu não era o único que tinha problemas com isso...

Sujeito Oculto disse...

A inspiração vem muito da inquetude. Não é à tôa que os poetas e pensadores se enchiam de absinto até morrer, ou que grandes músicos bebiam e tomavam todo o tipo de ácido. Inconformidade com a vida, insaciabilidade, insatisfação. Como diz Vinícius, "pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza".

Anônimo disse...

Acabei de comentar o texto do cordeiro lá em cima falando que a minha mente está cansada demais para compreender qualquer coisa. Daí eu continuei lendo e gostei desse texto. Só que eu venho aqui comentar e duas pessoas deixaram comentários intelectuais. E agora? Oh droga. Eu só ia dizer que começar textos sem inspiração sempre acaba nos deixando inspirados. Mas isso é uma mentira. Enfim.

Beijos para você, Psi.