sexta-feira, outubro 03, 2008

A Mineiridade por Guimarães Rosa

GUIMARÃES ROSA — Mas esse mineiro se estendeu de lá, no alargado, porque o chão de Minas é mais, expõe maior salto de contrastes.

É a Mata, cismontana, molhada ainda de ventos marinhos, agrícola ou madeireira, espessamente fértil. É o Sul, cafeeiro, assentado na terra-roxa de declives ou em colinas que européias se arrumam, quem sabe uma das mais tranqüilas jurisdições da felicidade neste mundo. É o Triângulo, avançado, forte, franco. É o Oeste, calado e curto nos modos, mas fazendeiro e político, abastado de habilidades. É o Norte, sertanejo, quente, pastoril, um tanto baiano em trechos, ora nordestino na intratabilidade da caatinga, e recebendo em si o Polígono das Secas. É o Centro corográfico, do vale do Rio das Velhas, calcáreo, ameno, claro, aberto à alegria de todas as vozes novas. É o Noroeste, dos chapadões, dos campos-gerais que se emendam com os de Goiás e da Bahia esquerda, e vão até o Piauí e no Maranhão.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ok, isso realmente é bonito, cara.

Mateus TG disse...

bonito mesmo. êh saudade, hem?!