sexta-feira, maio 30, 2008

A humilhação, pura e simples

Poucas coisas afetam tanto a masculinidade de um homem, como ter de chamar um eletricista. Veja só a situação. Você chama um outro homem para ir a sua casa resolver um problema seu e ainda tem que pagar. E caro. Sei que poucos gostam de admitir isso, mas algumas vezes temos que dar o braço a torcer e entender – Chuck Norris me perdoe – que não podemos fazer armadilhas mortais na selva, bombas caseiras e instalação de equipamentos com mais de cinco fios. Na verdade, até poderíamos, mas na tentativa, teríamos que ler o manual de instruções, o que confrontaria com outra regra ainda mais básica, jamais pedir arrego para um bloquinho de papel escrito para mulheres.

Receber o eletricista em casa já é por sozinho humilhante. Você liga e marca uma hora; ele chega atrasado, pede desculpas e você diz que está tudo bem; ele te pergunta onde você quer e depois, com naturalidade, volta a indagar se está bom para você. E isso tudo, envolvendo um outro homem.

Já ouvi várias teorias explicando as noções de poder envolvendo professores em salas de aula (em pé, a frente da sala) e alunos (sentados em grupo). Mas relação ainda mais clara e perversa, é ter de acompanhar enquanto seu contratado está de pé, radiante no topo de uma escada dando ordens: “pegue aquela chave ali”, “alcance aquele fio” ou pior “não, não, aquela outra, debaixo da parafuseta de Viena”. Uma coisa é ele querer te humilhar, outra completamente diferente é te chamar de corno na frente do seu próprio pai. Porque inventar nomes para ferramentas, só para deixar perdido, é tão feio quanto briga de foice.

Acho até que essa discussão toda, abre espaço para a análise de um novo segmento de mercado. Por que não eletricistas gatas. Imagina receber em casa uma moreninha de pernas e seios bem desenhados e poder observar – com a segurança do dinheiro bem gasto – ela subir na escada e se contorcionar para manter equilibrada na escada. E se a patroa viesse dizer alguma coisa, o contra-argumento deve estar na ponta da língua: "chamei alguém de fora, amor! Pra ter certeza de um serviço bem feito."

3 comentários:

Nana disse...

O final é muito machista! Mas eu ri bastante até desagradar! haha

Saudades de vc.

Beijos!

Sujeito Oculto disse...

Como nos postos de gasolina, certo? De repente eu abro uma firma de mulheres eletricistas gostosas e fico rico! Só que o serviço vai custar pouco mais caro.

Unknown disse...

Bem, eu defendo totalmente. E eu odeio profissionais liberais e/ou autônomos. É um problema que eu tenho. Mas posso parar se forem morenas simpáticas, claro.